domingo, 24 de abril de 2016

Texto - 24/04/16

A mente humana é um coisa estranha. De vez em quando me pergunto o que faço aqui nesse mundo em que não me sinto parte, num mundo onde ninguém me quer e eu amo sem que eu queira.
Há tantos fatos que gostaria de mostrar ao mundo. Fatos que sou transparente demais para alguns, mas me privo para outros.
Coisas simples como o meu gosto musical e minhas opções (sexuais e políticas) não são mostradas totalmente. Para outros, sabem até antes de mim mesma.
Queria usar minhas calças rasgadas, ser da profissão que eu acho certo, encontrar algo em que eu seja boa, amar alguém e ser amada, fechar os olhos e encontrar meu lugar. Não me permito isso, as pessoas que eu amo iriam me julgar.
Por isso vivo tentando escapar. Encontrar um lugar em que ninguém me conheça e recomeçar meu manual do zero ali. Fingir que meu corpo está em paz com minha mente. Esquecer dos problemas que deixei em casa. Beijar sem esperar mais que isso. Controlar todos os sentimentos com uma prática impressionante. Bem, sonhar não custa e eu tenho a tendência a sonhar com isso.
Há tantas pessoas que eu gostaria de me abrir, agir normalmente e não sentir como se elas me repelissem...
Porém, o mundo me repele em minha mente, o mesmo ocorre com o mundo; não quero ser parte dele por ser parte dele.
Meio barroco, mas é a realidade de minha cabeça. O labirinto é formado com sombras escuras em que me sinto bem, pois perco as várias pessoas que preciso ser e fico só com quem sou. No escuro consigo ignorar as expectativas da realidade e assumir a realidade do ser.
Pena que o escuro dura poucas horas e meus personagens voltam a mim com as luzes.
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