domingo, 15 de março de 2015

All Of The Stars - Capítulo Um

"O nosso maior problema foi pedir ajuda"
Era setembro de 1959, estava entrando na faculdade de Oxford, havia sido o primeiro da lista de aprovados para medicina. Ganhei uma bolsa de 50% e meus pais usaram o dinheiro para comprar minha passagem.
Mas não tinha como piorar! Acabei tendo que dividir meu quarto com uma menina deficiente, cai de uma ladeira de grama e ainda errei a sala da minha primeira aula. Quando voltei, Annabeth pediu para eu sentar que ela ia me dizer as regras. Que regras? Aquele era o meu quarto!
- Eu tomarei banho depois de você, teremos que entrar em consenso sobre os dias que colocaremos as musicas e você não pode chegar depois das nove. Ah, nada de bebida! - falou e eu a olhei exasperado.
Tudo bem, ela estava numa cadeira de rodas, mas tinha como ser mais chata que aquilo?
- Uhn, esse é meu quarto também. Eu deveria estipular algumas regras não acha? - sorri irônico e ela suspirou.
- Quais regras?
- Bebida uma ou duas vezes por semana. Dia de sábado é sem horário e meus dias de música são segunda, terça e quarta. - falei e ela revirou os olhos.
- Está bem. Democracia reina. - disse e saiu do quarto sendo acompanhada pelo som irritante da cadeira de rodas elétrica.
Ela era intrigante. Meiga com professores e bruta com os outros. Sempre vivia com um livro ou um caderno, escrevendo ou viajando nas páginas dos romances. Também sempre tinha um copo de chocolate quente ao seu lado. Pude observar isso ao longo dos dois meses que se seguiram. Passei a ajudá-la com pequenas coisas e Beth passou a ser mais normal comigo.
Estávamos no meio de novembro. O tempo ficava cada vez mais frio e comecei a ficar mais tempo com Annabeth.
Ouvi um barulho no banheiro e fiquei alerta. Anna não costumava se bater.
- Louis! - ela gritou e eu corri até ela.
Beth estava caída no chão aos pés da cadeira ao lado do vaso, com o braço imprensado entre o vaso e ela, para trás. Suas feições estavam contorcidas com a dor. Podia estar quebrado.
Peguei-a no colo e a levei para a cama. Seu braço estava com um hematoma gigante e inchado, mas não quebrado. Anna chorava e eu sorri.
- Do que você está rindo? - perguntou entre os soluços.
- De nada. Só acho fofo você está chorando por um baque, não teve fratura, senão você não estaria se aguentando de dor! - falei e me bateu com a outra mão.
- Idiota! Está doendo! - resmungou e eu peguei um gel para massagear e anestesiar o machucado.
- Você vai ter que passar isso todos os dias até o braço desinchar e parar de doer. - ignorei sua ofensa e ela assentiu.
- Obrigada. - soluçou e eu a olhei sorrindo ainda mais.
- Foi um prazer Batbeth! - ela sorriu.
Anna tinha uma paixão pelo Batman, achava aquilo fofo. Ela não era uma garota como todas as outras sonhadoras de seu curso. Elas estava ali porque queria ser que nem seus ídolos. E era boa. Muito boa.
Depois de terminar de curar Annabeth, lavei as mãos e peguei sua cadeira, colocando-a ao lado de minha cama.
- Você pode me colocar na minha cama? Não consigo fazer força com o braço. - sussurrou e corou.
- Pode ficar ai. Se permitir, eu durmo em sua cama. - ela concordou com a cabeça e sorriu minimamente, agradecendo.
Sentei em sua cama e a observei olhar a janela. Era um costume aquilo.
- Por que você olha tanto para o céu? - perguntei sem querer.
- As estrelas. Existem milhões delas. E todas elas me criaram. Desde que parei de andar, elas foram minha única companhia. - disse baixo, num tom triste.
Depois disso, não falamos mais. Me virei para o lado e dormir. Sonhei com estrelas. Estrelas morrendo.

All Of The Stars


Sinopse:
 "O nosso maior problema foi pedir ajuda"
Louis era um calouro de Medicina, Annabeth era caloura em Letras. Ele adorava jogar futebol, ela estava em uma cadeira de rodas. O ano era 1959, o começo de tudo. O começo do fim. Quem poderia dizer que os dois poderiam passar a vida em função um do outro, mesmo se odiando?
Quem diria que a vida poderia ser um triste bonito trágico romance? Quem poderia prever que todas as estrelas poderiam gerar uma única?

Fanfic One Direction - All Of The Stars

Então, me chamem de louca, maluca, de todos os adjetivos que vocês puderem pensar para loucos, por que sim, estou começando mais uma fanfic, agora, com a One Direction. O principal vai ser o Louis, não sei se os outros meninos vão entrar em cena também, mas ela é inspirada no filme e no livro A Teoria De Tudo e na vida do físico Stephen Hawking. Espero que gostem. Logo vou colocar a sinopse!
xx
Lou

quinta-feira, 5 de março de 2015

Mal Nenhum - Capítulo Três

A garota estava terminando de pintar os olhos com a sombra preta. Seu vestido vermelho combinava perfeitamente com o batom em seus lábios, assim como o sapato combinava com a maquiagem em seus olhos, mas os óculos brancos destoavam. Batidas desesperadas na porta a impediram de finalizar sua arte com calma.
- Quem é? - perguntou colocando o sobretudo rapidamente.
- Por fa-vor, abre a por-ta! - a voz chorosa de Bruce soou abafada e Annabelle revirou os olhos.
- O que você quer? - retrucou rude.
- Só abre! Preciso da sua ajuda! - a garota bufou e foi até a porta, abrindo assim que a alcançou.
O garoto que estava do outro lado da porta não estava nem um pouco parecido com o garoto que costumava ser um desconhecido e diferente no dia a dia. O olho roxo quase fechado, um corte logo abaixo e outro no lábio inferior. As lágrimas lavavam o resto de sangue de seu rosto e Anna, pela primeira vez, sentiu que devia ajudar Bruce.
- Entra. O que aconteceu? Alguém bateu no bebezinho? - ironizou enquanto Bruce entrava - Senta na cama. Tem algum outro machucado? - Bruce assentiu - Onde?
- No peito.
- Tira a camisa. - mandou e o garoto obedeceu.
Mesmo sentindo dor, ele não pôde deixar de admirar a firmeza da garota. Ela parecia saber muito bem o que fazer, mas iria querer saber tudo o que aconteceu.
Anna pegou um kit de primeiros socorros debaixo da cama e tirou os materiais necessários para os curativos de Bruce, mais dois rolos de bandagem.
- Quero ouvir o que te aconteceu, lerdo! - falou enquanto molhava o algodão no álcool iodado.
- Meu pai. Ele descobriu que minha madrasta veio aqui pedir minha ajuda para fugir dele. Ele a achou, não sei o que fez com ela e mandou os capangas dele virem aqui atrás de mim! - contou respirando fundo.
A garota começava a passar o algodão pelos cortes, depois de Bruce terminar de falar, ela passou para o corte dos lábios. Aquilo iria inchar logo.
- Que família! - resmungou e Bruce fechou os olhos.
- Violet é meu único modelo de carinho. Ela me criou desde os cinco anos. Foi minha mãe. - Bruce sussurrou e Annabelle parou o algodão, olhando fundo nos olhos do mais velho.
- Você é um garoto muito triste… Deita, tenho que passar pomada e enfaixar seu peito para não sujar nada. - disse e Bruce obedeceu.
- Você sabe fazer isso muito bem para alguém tão jovem. - comentou o rapaz e Anna sorriu.
- Sou uma futura médica. E médicos atendem até as pessoas que mais odeiam! - respondeu meio debochada e o rapaz riu, gemendo de dor ao fazê-lo.
- Você é realmente um mistério. Num momento está toda doce, no outro diz que me odeia. Se você for um sonho, Annabelle, não me acorde. - falou e a garota revirou os olhos.
Assim que terminou de enfaixar o rapaz ela foi lavar as mãos e voltou ajeitando suas roupas. Não era um detalhe como aquele que iria a impedir de sair aquela noite. De jeito nenhum!
- Pronto. Pode se vestir e voltar para o seu quarto. Boa noite, idiota! - disse e foi até a janela, colocando metade do corpo para fora.
-Não! O que vai fazer? Você não vai se matar né? - Bruce gritou dando um pulo para alcançar a janela e segurando Anna pela cintura.
A moça revirou os olhos e cravou as unhas no braço de Bruce, o fazendo solta-la com um “outch” de dor.
- Não sua anta. Faz cinco dias que eu não saio, meu auto controle sobre a abstinência de vodka está se acabando! Agora me larga que eu tenho que ir. - falou e fez menção de dar impulso para pular.
O dormitório que Annabelle estava era de três andares, seu quarto era no primeiro andar, uma altura baixa o suficiente para se pular com salto sem se machucar.
- Nem vem! Hoje você vai ficar aqui! Você só tem quatorze anos, se não quinze, muito nova para depender de vodka! Você fica! - o rapaz a puxou para si outra vez e a fez voltar para dentro do quarto completamente.
Annabelle se debateu e tentou se libertar, mas o rapaz a jogou na cama e fechou a janela, ficando na ponta da cama segurando os pés da garota com uma mão e tirando seus spatos com a outra.
- Dá para me deixar ir?! Você nem me conhece, nem é ninguém para mim! Por que você está aqui? - gritou e o garoto riu, puxando a pelas pernas para seu colo.
- Exatamente porque quero te conhecer. Mas vou ter que ser um chato e meio pervertido, por que, se você não parar de fazer birra para eu sair daqui, eu irei te colocar de roupa e tudo no chuveiro e entro contigo. - falou em um tom desafiador e a moça sorriu no mesmo estilo.
- Você não teria coragem. - o sorriso do rapaz se alargou.
Ele puxou a moça mais para perto e segurou com força a cintura dela, num piscar de olhos, eles estavam debaixo do chuveiro com Annabelle gritando que Bruce era louco e que nunca mais iria ajuda-lo. Coisas divertidas aos ouvidos de Bruce. Claro que aquilo era apenas o primeiro passo para ele. Nesses últimos dias, Annabelle era todo e qualquer pensamento de sua cabeça e ele faria de tudo para tê-la consigo.





Mal Nenhum

Batman Logo 3